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Mitos e verdades sobre PARTOS

Episiotomia é normal? O bebê precisa ir para a incubadora ao nascer? Cesariana é mais segura do que o parto normal? Vou explicar esses e outros mitos no texto a seguir:


Por Psicóloga Milena Puga Araujo


Para lutarmos contra a violência obstétrica, precisamos disseminar muita informação. Quem está grávida ou pretende engravidar algum dia (e seus companheiros e acompanhantes) precisa saber de tudo isso, para que não sofra violências por desinformação e possa optar pelo tipo de parto (cesárea não é parto, é cirurgia, mas como é chamado de parto normalmente, estou colocando como sendo um tipo de parto no texto, para facilitar) que deseja, com mais segurança e informação.



Benefícios do parto normal

Durante o parto normal, a gestante produz o leite, para poder amamentar o bebê logo que ele nasce, o que não ocorre imediatamente após a cesárea. A primeira mamada é muito importante, pois o início do leite, o colostro, é fundamental, tem todos os nutrientes que o bebê precisa naquele momento. É como se fosse a primeira vacina do bebê.

Também é importante que ele mame na primeira hora de vida. Os bebês que mamam na primeira hora de vida são muito mais saudáveis e têm menos risco de morrerem. Durante o parto normal, o canal vaginal fica com uma colônia de bactérias também muito importante para a saúde do bebê, que ajuda na imunidade dele.

Durante a passagem do bebê pelo canal vaginal, ele é espremido, inclusive a sua cabeça, o que faz com que ele elimine o líquido amniótico que fica nas vias aéreas. Por isso, não é necessário aspirar os bebês quando nascem (exceto em alguns casos). Em cesáreas é mais comum que se precise.

Quando a cesárea não é necessária, ela apresenta 3 vezes mais riscos do que o parto normal. O risco para o bebê é principalmente o de nascer prematuro, pois as ultrassonografias erram muito ainda a quantidade de semanas dos bebês, principalmente no final da gestação. O bebê pode não estar preparado para nascer e é retirado da barriga da mãe sem aviso prévio. É uma coisa muito radical para ele.

Muitas vezes o médico pega o bebê, estica ele todo, que estava antes todo enroladinho no útero da mãe, bate nele, leva ele para ser examinado, aspirado (enfiam um tubo enorme no nariz e na boca dele), é furado, botam colírio de nitrato de prata, que é indicado apenas para quando a mãe tem gonorreia positiva durante o parto, às vezes o centro cirúrgico é frio, principalmente para ele, que estava em um ambiente quentinho, ainda tem as luzes fortes, muitas vezes muitos médicos falando, ou seja, muito barulho, e ele não tem nem o acolhimento e aconchego dos pais, fica sozinho e é levado para a incubadora, ficando desamparado.

Ele já vem ao mundo com uma percepção de que o mundo é ruim e que foi muito ruim nascer. Por isso, se diz que o parto é o primeiro evento traumático pelo qual passamos em nossas vidas. Por conta da prematuridade, o bebê pode ter que ficar internado na UTI neonatal, ter dificuldades respiratórias e o risco de morte é maior.

No parto normal, o médico pode avaliar o bebê no próprio colo da mãe, não precisa tirar dela, não precisa limpar o vérnix dele, que muita gente acha que é sujeira, mas aquilo é saudável, ajuda o corpo do bebê a regular a temperatura, não precisa ir logo dar banho nele. Depois disso, o bebê fica com a mãe, não é necessário levar para a incubadora, só em alguns casos.



Cesariana

A cesárea, para ser realizada, precisa de uma indicação médica. Toda cirurgia precisa de uma indicação. No caso da cesárea, seria quando a criança ou a mãe está em risco, o que é bem raro. O Brasil é campeão mundial de cesáreas, com 52% dos partos, isso é um problema de saúde pública. Nos hospitais públicos o índice de cesárea é entre 40% e 60%, que já é um número extremamente alto. Nos hospitais particulares, esse número é maior ainda, entre 70% e 90% ou mais! Isso é um tipo de violência obstétrica, pois não há justificativa para um Índice maior do que 20%, isso é um crime.

Por isso as mulheres precisam estudar muito para não serem induzidas ou enganadas a fazerem cesariana, porque, para os médicos e hospitais, é muito melhor fazer uma cirurgia rápida do que ficar horas aguardando por um parto normal.

O que faz esse número ser tão alto no Brasil é que, durante o pré-natal, os médicos vão induzindo a mulher a preferir a cesárea. No início da gestação, a maioria das mulheres prefere parto normal, mas quando vai chegando ao final, as mulheres vão ficando com medo e preferindo a cesariana.

Muitas vezes a mulher diz que está com medo e, em vez de o médico ajudar, incentivar, dar informações corretas para tranquilizá-la, ou encaminhá-la para um psicólogo perinatal, o médico já fala para ela fazer uma cesárea, então. O médico, normalmente, desencoraja as mães a fazerem o parto normal. Elas acreditam então que a cesárea é mais segura, mais controlada, o que não é verdade.

Muitos obstetras não fazem mais parto normal, pois, para fazer um parto normal, o médico pode perder muitas horas e até dias, tem que ficar à disposição sempre, tem que sair de casa na hora que for preciso, independentemente da hora. Então, a maioria dos médicos prefere agendar uma cirurgia rápida e ir embora, voltando para o consultório.

O preço que o plano paga não compensa para o médico desmarcar todos os pacientes de um dia de consultório para realizar um parto normal. Os hospitais também precisam deixar a mulher por horas no quarto, esperando o parto. Com as cesarianas, eles conseguem programar, principalmente com as agendadas, e liberar as salas mais rápido. Na hora do parto normal, há uma liberação grande de ocitocina, que é o hormônio do amor, tanto no bebê, quanto na mãe. A mãe libera outros hormônios também que são fundamentais para a vinculação mãe-bebê.

É importante que os filhos quando nascem, olhem para a mãe. Esse primeiro olhar é importante para a vinculação, é bom aproveitar que ele está acordado após o parto para deixar ele com a mãe, para os dois ficarem se namorando. Por isso, é importante que não se tire ele de perto da mãe imediatamente após o parto.

A mãe se sente mais segura, mais capaz e empoderada quando pare, quando dá o primeiro banho e fica com a criança logo após o nascimento. Esse primeiro contato e olhar entre mãe e bebê ajudam a prevenir que a mulher tenha o “baby blues” ou a Depressão Pós-Parto.

Então, é muito mais saudável um parto normal, tanto para a mãe, quanto para o bebê e vínculo dos dois.

Toda cirurgia tem risco, tem risco de infecção, infecção hospitalar, muitas vezes o bebê que nasce de cesariana não estava pronto para nascer e precisa ficar em incubadora e não pode ficar com a mãe. A mãe que fez uma cirurgia não pode dar banho no bebê, não pode nem segurar direito o bebê, muitas vezes.



Violência Obstétrica


Esses procedimentos, além de não possuírem evidências científicas, podem atrapalhar a experiência do parto e são feitos geralmente como sendo rotineiros:


Tricotomia (depilação total dos pelos pubianos, os pelos estão ali para proteger a mulher de pegar uma infecção e não o contrário), lavagem intestinal (se sair um pouco de fezes na hora do parto não tem problema), jejum (a pior coisa para fazer com a parturiente, pois ela pode ficar horas em um trabalho de parto, por isso ela precisa de água e de energia para conseguir expulsar a criança), posição horizontal (na nossa história, nós sempre parimos em pé, de cócoras, pois é a forma mais fácil de parir, geralmente. Mas a mulher que escolhe qual a posição que é mais confortável para ela. O que não podemos é obrigar a mulher a parir em uma posição específica. Um médico que criou essa posição horizontal porque é a melhor posição para o médico observar e ter o controle do parto.), episiotomia (corte no períneo da mulher, para em teoria ajudar o bebê a sair ou evitar lacerações espontâneas maiores, mas não há evidências científicas de que ajude, pelo contrário, só atrapalha, gera mais dor para a mulher, que poderia nem ter laceração naturalmente. Por isso, é uma violência genital. O corte natural que às vezes acontece é muito melhor do que esse corte feito pelo médico, pois a episio fica muito mais profunda, tem mais risco de infecção, a recuperação demora muito mais, a mulher pode sentir muita dor, inclusive depois, principalmente quando ela for ter relação sexual. Quando a mulher pare em pé, de cócoras ou 4 apoios, a chance de dilaceração é muito menor do que deitada, pois respeita a fisiologia do corpo e do parto), parto seco (falam que quando rompe a bolsa, o bebê tem tantas horas para nascer, pois ele vai ficar sem líquido, o que não é verdade. A vagina continua sendo lubrificada, o líquido vai se repondo) e Manobra de Kristeller (quando o médico ou alguém sobe em cima da barriga da mulher para empurrar com a mão o bebê para fora. Essa manobra já é proibida há anos. Isso pode quebrar costelas da mulher, pode trazer danos físicos e psicológicos, pois torna o parto mais traumático para a mulher, que vai expulsar o bebê na hora dela).


Estima-se que cerca de 15% das mulheres têm algum problema que precisa de alguma intervenção durante o parto. Mas o que vemos é que quase 100% dos partos têm intervenções.

Toda gestante tem direito a um acompanhante, tanto antes do parto, quanto durante o parto e no pós-parto.

Tem mulheres que recebem o exame de toque cerca de 18 vezes, por pessoas diferentes, durante o trabalho de parto, o que não é necessário. Isso pode trazer muita dor, trauma e até atrapalhar a vida sexual da mulher depois. O exame de toque é indicado apenas em situações específicas.

Tudo isso se for realizado contra a vontade da mulher é considerado violência obstétrica e pode e deve ser denunciado e processado como crime contra a mulher. Essa violência pode atrapalhar tanto a sua vida sexual, quanto a relação mãe-bebê, podendo desencadear também uma depressão pós-parto ou algum problema mental ou psicólogo (tanto na mãe, quanto no bebê, no futuro).

Por conta da quantidade de violência obstétrica que sofremos (1 em cada 4 mulheres que fazem parto normal sofre algum tipo de violência, mas esse número pode ser bem inferior ao real, pelo fato de as mulheres não saberem que sofreram violência), as mulheres ficam com mais medo de ter um parto normal e isso acaba sendo “bom” para alguns médicos, pois faz com que as mulheres optem mais pela cesárea.



Quando é preciso fazer cesariana?


Os médicos dão várias desculpas para terem que fazer uma cesariana, mas a grande maioria não tem necessidade real disso. Algumas justificativas que não têm indicação para a cirurgia cesariana: circular de cordão no pescoço (não é um risco para o bebê, é algo normal, até 40% dos bebês vão ter), gestante magra, gestante gorda, gestante baixa, gestante alta, gestante velha, gestante nova, gestante sedentária, que ela pode ficar “larga” (estudos mostram que ao contrário, a mulher pode ficar com a vagina com mais tônus após o parto. Tem médicos que inclusive quando fazem a episiotomia e vão dar os pontos depois, dão um ponto a mais, que é chamado “o ponto do marido”, ou seja, para deixar a vagina mais “apertadinha” para satisfazer o homem, o que pode trazer muitos prejuízos para a mulher, principalmente na sua vida sexual, pois ela pode sentir muita dor, e é uma violência também), cesárea prévia (o risco de ter ruptura uterina em quem fez uma cesariana anteriormente é de apenas 0,5%, ou seja, raro. Cesáreas de repetição trazem riscos de aderência, de lesar um órgão, de perder muito sangue etc), que tem pressão alta, que tem diabetes, que dói muito, bebê grande, bebê pequeno, bebê pélvico (sentado, o que pode ser revertido manualmente por uma versão cefálica ou pode nascer pélvico mesmo. 80% a 90% dos bebês pélvicos não precisam de qualquer manobra para nascer), pouco líquido amniótico, muito líquido, dentre outros. Na verdade, essas são “indicações” que foram criadas.

Quando dizem que a mulher não teve dilatação ou não entrou em trabalho de parto, na maioria das vezes, é porque não se esperou por isso. Cada mulher tem o seu tempo. A mulher não dilatar realmente é muito raro.

As únicas justificativas reais para a cesariana, à princípio, são: herpes genital ativo durante o trabalho de parto, placenta prévia (quando a placenta fica na parte inferior do útero, impedindo o bebê de sair), bebê transverso (atravessado no útero, mas se deve esperar a mulher entrar em trabalho de parto e se o bebê não virar, fazer uma cesariana) e prolapso do cordão (quando o bebê comprime o cordão umbilical, impedindo seu fluxo normal, pode-se ainda tentar mudar a posição da mãe e do bebê para tentar normalizar o fluxo novamente).

Também não é preciso cortar o cordão umbilical logo após o nascimento, apenas quando ele está parando de pulsar. Quanto mais demorar para cortar, melhor para o bebê, pois aqueles nutrientes são do bebê e ele deve recebê-los até o fim.


Podemos ver que isso tudo é o reflexo da nossa sociedade, imediatista, que tem pressa, que pensa mais no dinheiro do que em qualquer outra coisa. Queremos tudo para agora! Como esperar 12 horas ou mais por um parto? Nós precisamos mudar essa mentalidade, nós precisamos da ocitocina, do hormônio do amor natural e não do sintético. Induzir a mulher a fazer cesariana sem ter indicação também é uma violência obstétrica, mas a mulher não tem esse conhecimento, geralmente.



Parto humanizado


Parto humanizado é um parto sem intervenção desnecessária, que respeita a mulher como protagonista e respeita a fisiologia natural do parto. Intervenção só é feita quando realmente há necessidade. Então, a mulher escolhe como ela quer ficar, em qual posição, ela fica livre para andar, para dançar, o que ela achar que é bom e que vai ajudá-la a parir.

O parto ideal é quando o médico, obstetriz, enfermeira obstétrica, ou quem auxiliar no parto, não interfere em nada, só observa e apoia a mulher.

O melhor local para parir (quando a gestação é de baixo risco, risco habitual) é na casa da gestante. Ela tem menos chance de adoecer, pegar uma infecção hospitalar, ela se sente mais à vontade. Estudos comprovam que é melhor para mãe e bebê o parto domiciliar e humanizado. A obstetriz leva todos os equipamentos que pode precisar na hora do parto, sejam os itens básicos de assistência, luvas e gazes, como também oxigênio, material para sutura, para parar hemorragias, anestesia local etc.

Exercícios, como na bola de pilates, e uso de água morna (banheira ou chuveiro) são formas de analgesia naturais (sem precisar de remédios para dor). O nascimento na água morna, mais ou menos na mesma temperatura do útero, e com baixa luz (para não agredir os olhos) é a maneira menos traumática para o bebê. Porém, a água mais fria faz com que a placenta funcione melhor e o bebê fica muito melhor oxigenado. O parto na água leva muito menos tempo do que fora dela e nunca ocorrem hemorragias ou sangramentos. As doulas podem ajudar bastante tanto na parte da analgesia, quanto no apoio e suporte para as parturientes.

Não há evidências científicas de que o parto precisa ser assistido por um médico. Em outros países a realidade é bem diferente daqui. Na Nova Zelândia, cerca de 90% das mulheres decidem por ter uma parteira profissional para assistirem o parto. A maioria também opta por ter uma doula. Lá tem muitas casas de parto, com lindos jardins, banheiras grandes, onde a mulher tem a liberdade para caminhar e fazer o que ela quiser, antes de parir. Os obstetras são responsáveis apenas pelos partos de alto risco, que são feitos nos hospitais.

O ideal seria que as parteiras profissionais atendessem 70% a 80% dos partos. Agora no Brasil está tendo a formação de obstetriz, que é um modelo internacional. Ela ou uma enfermeira obstétrica podem atender um parto.

Todo bebê nasce roxinho, é normal, porque o nível de oxigênio dentro do útero é menor do que o de fora. Caso no pré-natal vejam alguma alteração no bebê ou na mãe que indique que a gravidez é de risco, aí ela precisa ser encaminhada para um parto no hospital, com médico obstetra. Gravidez não é doença, portanto não precisa de um médico. Um parto sem o obstetra é mais benéfico para a mãe e para o bebê, diminuindo as chances de a mulher sofrer violência obstétrica e ter um parto traumático.

A humanização do parto traz a ideia de se ter um parto mais bonito, mais saudável, mais delicado e um momento muito especial para os pais e o bebê. É diferente de pensar apenas em o bebê e a mãe sobreviverem. Se podemos fazer algo melhor, mais natural, por que não?

Muita gente nem entende quando a mãe fica com raiva, fica triste, decepcionada, quando não teve o parto como queria ou porque sofreu algum tipo de violência obstétrica. Esse é um momento muito delicado para ela, não é só porque ela e o bebê sobreviveram que ela vai esquecer o momento do parto ou ainda, que ela não deva denunciar os médicos que a violentaram. A violência obstétrica é uma violência de gênero e pode ser sentida pela mulher parecido com uma mulher que sofre uma violência sexual ou estupro. A diferença é que o médico é visto como o herói, quem botou o filho no mundo, então as mulheres acabam muitas vezes nem ficando com raiva dele ou se fica, esconde, pois ela não pode ficar com raiva de quem "fez" o parto do filho, quem botou o filho dela no mundo.

Falam para a mãe que ela precisa agradecer a ele, pois se não fosse por ele, ela não conseguiria dar à luz e falam que essas violências são normais, pois são realizadas rotineiramente. A maioria das mulheres não sabe que isso tudo é uma violência e que não é necessário, na maioria das vezes. Muitas vezes a mãe acaba guardando isso para si, por não ser compreendida e apoiada.

A mulher negra sofre mais intervenções e violências desnecessárias e é a que menos recebe anestesia.

A mulher que sofre uma violência obstétrica pode denunciar ao ministério público federal, à ouvidoria do SUS, se for da rede pública, ao Procon, se for por plano de saúde, e, se for particular, à ANS. É importante anotar o nome do profissional que a atendeu. É importante a denúncia para que possamos melhorar nesse aspecto.

Precisamos devolver o protagonismo do parto para a mulher, é ela quem pare, quem faz o parto, e não o médico.

Ela precisa fazer um plano de parto e falar o que ela quer ou não, se ela quer tomar soro, se quer ocitocina sintética (os médicos usam para apressar o parto muitas vezes, mas pode acabar atrapalhando o progresso do parto, assim como a anestesia), o que ela aceita ou não etc. A ocitocina sintética faz com que a mulher tenha uma contração atrás da outra, muitas vezes a mulher nem tem tempo de descansar e se recuperar entre uma e outra, o que faz com que ela sinta muita dor constantemente e não respeita o tempo do bebê e da mulher. Há uma cultura de que a mulher não consegue parir sozinha, sem nenhuma interferência, mas o ato de parir é involuntário, mesmo que a mulher não queira fazer força, ela vai fazer, o seu corpo já quase faz sozinho.

Nem todas as mulheres sentem muita dor para parir, algumas sentem até prazer, pois a ocitocina, que é o hormônio liberado por ela para o parto, é o mesmo hormônio que é liberado na hora do sexo, é o hormônio do amor. Algumas mulheres já tiveram até experiência de ter um orgasmo no parto, os chamados “partos orgásmicos”, o que pode ser treinado e conduzido para ocorrer. Dor é diferente de sofrimento. A dor do parto também é cultural. O corpo da mulher foi feito para parir, então não pode ser uma dor insuportável, que ela não aguente.

Se você sente muito medo da dor ou do parto, procure um psicólogo perinatal, podemos te ajudar. E estude muito, veja vídeos de parto humanizado, quanto mais conhecimento sobre o assunto, mais segura você fica em relação ao parto. Seus companheiros também precisam estudar e estar com vocês nisso (quando é possível).


O sistema de saúde deveria dar todas as informações e possibilidades para a gestante decidir com consciência de todos os benefícios e riscos de ambos os “tipos” de parto qual ela quer e em que local ela se sente mais confiante, mais segura, mais forte para parir. O parto precisa ser ensinado para todos. A autonomia para a escolha está ligada diretamente ao conhecimento. Uma gestante que não conhece os riscos de cesáreas e nem os benefícios do parto normal não pode dizer que escolheu a cesárea porque tem autonomia para isso, isso é só desconhecimento.



Por: Milena Puga Araujo (psicóloga clínica, gestalt-terapeuta, especializanda em psicologia hospitalar e da saúde, terapeuta de casal e família e psicóloga perinatal e da parentalidade).


Fonte: documentário “O Renascimento do Parto” (1, 2 e 3) e Instituto MaterOnline.


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